Histórias de amor

Comprei o livro há 6 meses. Numa manhã de janeiro cheia de sol. Andava num carro emprestado porque o meu estava na oficina.
Embora triste e sem dinheiro ainda acreditava que podia morrer de amor. Tinham passado poucos dias do início do ano e estava certa que este seria o ano do amor. A vida iria mudar. 
Arrumei o livro ao lado da cama e ficou aí à espera que tivesse oportunidade de o ler. 

No outro dia, no café (esse mesmo café onde várias vezes morri de amor) tentei dizer que deixei de acreditar na minha história de amor. A Carla, de olhar incrédulo mas paciente ouviu-me falar, pareceu-me que se recusou a acreditar. Apetecia-me gritar, gritar bem alto que deixei de acreditar. Não espero mais...

Mudou tudo e nada mudou. Encontrei o amor que sonhei e ele não me encontrou a mim (então não era amor? Talvez...) Morri de amor todas as vezes que te vi, e sei que morro de amor se voltar a ver-te... Não quero ver-te nunca mais.

Logo depois, troquei de papeis e não encontrei o amor no homem que queria, porque queria, porque sim, encontrar o amor dele em mim… Não quero nunca mais ver-me ao lado dele.

6 meses... Meio ano passou, nunca tinha aberto o livro para ler o que tinha escrito a Catarina naquela manhã de inverno cheia de sol, em que andava de carro emprestado e ainda acreditava que sim, que este seria o ano da minha história de amor...


Não gosto de histórias de amor felizes, não hoje, não aqui, não agora. Recuso-me a acreditar, não quero nunca mais sonhar, rejeito as vagas esperanças que teimam em se agarrar a mim... Apenas porque sei que se voltar a morrer de amor, morro de vez!

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