O dentinho e os arrepios...
São meses que nos separam a idade, nem chega a um ano, mas ainda assim, sempre me considerei mais velha e consequentemente mais sábia (o que não é verdade, apenas o meu ar grave e sério imprime alguma credibilidade às estupidezes que vou dizendo).
São meses que nos separam e agora apanhas-me, chegas agora aos 38... de vida, e são quê? 20 anos desta amizade?
Nem sempre foi assim, mas as relações são isso mesmo, o nosso foi um amor que foi crescendo, foi amadurecendo e tornando-se capaz de suportar ausencias, zangas, indisposições na mesma medida em que partilha alegrias, felicidades e comida... (comida da boa, e bolos, e gelados, e panquecas, e...), e montes de outras coisas boas lindas e maravilhosas.
A vida levou-nos por caminhos diferentes, o meu bem diferente do que tinha imaginado para mim (talvez tu tivesses visto que a minha vida seria esta e não outra), o teu, bem próximo do que eu tinha imaginado para ti... (falta-te o Francisco Xavier)...
Não escrevi o livro sobre a 3ª haste dos óculos, nem teorizei sobre a evolução dos pensos higiénicos, nem escrevi o livro sobre "o que os seus sapatos dizem da sua personalidade"... (e dizem tanto, não é?)
Nunca encontrei o que perdemos naquela tenda em São Pedro de Moel, nem consegui que estivéssemos "atrás do monte"...
Nunca deixei de resmungar, de me queixar do que podia ter sido e tu, tu na tua grandeza, com o teu dentinho de fora e os teus arrepios, nunca deixaste de sorrir, de rir à gargalhada daquilo que só tu podes entender.
E sem nunca acreditares em unicórnios ou outras entidades mágicas ou místicas, nunca perdeste a fé, nunca perdeste a capacidade de sonhar.
Este era para ser um post de felicitações pelo teu aniversário, mas o dia foi complicado, e o tempo prolongou-se e só hoje consegui dar-lhe um corpo (não digo um fim, porque a nossa história não acaba aqui)
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