O sol que se põe...
O sol que se põe volta amanhã...
photo by Miguel Gomes |
O ano começou cheio de planos, e eu cheia de certezas-incertas e sonhos-sonhados-acordada,
escrevi num papel (em vários para ser honesta), os meus planos para o ano
de 2016.
Aos poucos, um a um, aqueles itens de uma lista bonita, escrita com letra
muito desenhada, na mesa da cozinha, com um chá a acompanhar… aos poucos, esses itens foram
sendo derrubados com passos de dança inesperados. Por mais que tentasse, não era
eu que conduzia essa dança, e apenas tinha de rodopiar tal como me comandavam.
Voltei a fazer a lista, num gesto desesperado e irracional de crer que se
escrevesse tudo direitinho num papel as coisas acabariam por aparecer, tal como
eu queria que fosse, exatamente como tinha imaginado…
Acabou por não ser assim, e as voltas e reviravoltas foram mostrando que os
sonhos por vezes são sonhos e que são bonitos por serem assim, indizíveis, irrealizáveis,
impossíveis… Foi preciso aprender a deixar-me ir, aproveitar os rodopios e
apreciar o som daquela música que eu não escolhi.
Mas, às vezes, e só às vezes, os sonhos que sonhámos
tornam-se realidade em tardes outono vestidas de verão, porque afinal “pensava que gostava de viajar sozinho porque
nunca tinha viajado contigo”.
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