No frio do inverno.

Quando era criança tinha muita, muita dificuldade em escrever Inverno... trocava os "f" pelos "v", tinha medo que na composição sobre o Inverno eu falasse de como faz frio no Inferno... "O dia em que o Inferno chegou ". Da mesma forma tinha medo de ser apanhada na catequese a dizer que o Inverno é para onde vamos se nos portarmos muito mal. 



Com o inv(f)erno nasce aquela vontade de fechar no casulo, de olhar para dentro, cuidar de mim, do que tenho guardado-escondido-fechado-adormecido.

Ao contrários dos verões, que têm sido ricos em atividades várias, em amores, desamores, paixões descontroladas e loucuras comedidas, os invernos têm sido tempos de recolhimento, meditações, leituras...

Tempos de chás sem lareira e de sofás carregados de filmes, almofadas e mantas. Pantufas. Tempo de abraços e mimos e conchinhas. Golas e meias. Agulhas de tricôt.
Tempo de mãos pequeninas bem agarradas nas minhas.

Gosto do inverno, gosto deste sentir-ser-estar.


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