Histórias... de novembro de 2015

Quem me conhece bem sabe que adoro histórias, adoro contar histórias, adoro ouvir histórias.

Hoje vou contar-vos uma histórias de amor, à procura de um final.

Há muito tempo atrás viveu uma mulher, (é claro que ela foi criança e jovem, mas a nós interessa-nos a parte de mulher) que era forte, decidida, segura de si... capaz de enfrentar este mundo e o outro e de resolver todos os problemas. Mas sentia-se perdida nos assuntos do coração.

Um belo dia, e sem estar à espera (que estas coisas do coração acontecem mesmo assim), cruzou-se com um homem. Um homem lindo e maravilhoso, igualmente forte, decidido e seguro de si... capaz de enfrentar este mundo e o outro e de resolver todos os seus problemas.

Durante algum tempo as rotinas de ambos cruzavam-se e costumavam encontrar-se. Para ela estes momentos eram preciosos, que guardava na memória e revia vezes sem conta até ao momento de o voltar a ver.

Com o passar dos tempos as rotinas mudaram e eles deixaram de se ver. Ela ainda esteve muitas vezes à porta do café, ensaiando o discurso, tentando ganhar coragem para chegar lá e dizer-lhe: "vem tomar café comigo, longe daqui". Nunca o fez...
Ele nunca a viu ali parada, ele nunca a procurou.

O tempo foi passando, e com ele passaram homens pela vida dela e mulheres pela vida dele.

De vez em quando ela sentia saudades, pensava nele... e desejava do fundo do seu coração que ele fosse feliz.

Um belo dia surgiu a oportunidade de o ver. Ela sabia que tinha de se despedir, tinha de o deixar ir.
Cansada, despenteada, carregando a semana de trabalho nos ombros e nas olheiras, desafiou o desejo de ir dormir e enfrentou o transito...

Ele estava lindo, como nunca o tinha visto. Por momentos pensou que o seu coração não iria aguentar. Estiveram juntos, no meio de muitos... Conversaram pouco, havia tanto para lhe dizer que usar palavras deixou de fazer sentido.

No fim, ele deu-lhe um abraço. Esse abraço encerrou tudo o que alguma vez ela lhe quis dizer. Estava segura nos seus braços, tranquila e feliz. Sem falar nada, porque no tanto que há para dizer as palavras deixam de fazer sentido, despediu-se dele. Libertou-se da ideia de fazer deste amor, que a acompanha ha séculos, a sua casa. Desejou que noutras vidas, noutros tempos, noutras realidades paralelas as suas vidas  pudessem ser diferentes. Mas aqui não eram.

Dormiu tranquila.
Na vida dele apareceram outras mulheres, e na sua outros homens. E o tempo foi passando.

De vez em quando ela pensava nele. Desejava do fundo do coração que ele fosse muito feliz.

Não o esqueceu, sentia saudades, mas deixou de lado os sonhos de viver este amor.
Escreveu mensagens que nunca enviou... As palavras não faziam sentido, não era nada daquilo que na realidade lhe queria dizer. Mas ainda assim, de vez em quando, permitia-se e dizer-lhe que lhe desejava tudo de bom. Com menos frequência permitia-se dizer-lhe que tinha saudades.

Um dia ele respondeu... "tomamos café longe daqui?" perguntou ele.

Assim, sem mais o que estava adormecido dentro dela acordou. E ela, que era uma mulher decidida ficou sem saber o que responder...

PS - Em agosto de 2017 ela sabe que ele é feliz, e fica feliz com isso.