Prometi que iria escrever sobre ti, para ti...
Espero que estas linhas te encontrem de boa saúde, tal como a minha avó começava as cartas delas, dou eu inicio a este esboço de carta-pública para ti.
Não é fácil escrever sobre-para ti. Já nos dissemos-fizemos-fomos tanto e nesse tanto há outro tanto que nunca te disse, e outro muito de tanto por dizer.
A constante da tua presença discreta na minha vida salvou-me, ouviste os meus gritos-mudos de dor, não te assustaste com os desesperos-negros, vieste e ficaste ao meu lado.
No sofá vimos filmes e comemos gelados, partilhamos confidências, rimos.
No inicio fui um comboio de alta velocidade que se descarrilou, mas tu não te assustaste, mais tarde fui um barco que naufragou, e tu nadaste ao meu lado. Hoje estamos os dois na praia, deitados na toalha, a apanhar o sol da tarde, em silencio, a ouvir o mar (talvez na ilha de Tavira...).
Sem querer remexer no nosso passado (não é lá que tu pertences), não deixo de acreditar que numa realidade paralela a nossa vida é bastante diferente. Vivemos numa casa cheia de sol, de mar, de estrelas, somos mais que dois, somos muitos... Estamos tranquilos, não houve comboios nem naufrágios, e os nossos filhos estão na escola.
Sem querer remexer no nosso passado (já te disse que não é lá que tu pertences?), posso imaginar o nosso futuro, os planos que podemos fazer juntos, os jantares, as viagens, os amigos, os copos e as conversas... e os filhos que nunca tivemos.
Não é fácil escrever sobre-para ti. Já nos dissemos-fizemos-fomos tanto e nesse tanto há outro tanto que nunca te disse, e outro muito de tanto por dizer.
A constante da tua presença discreta na minha vida salvou-me, ouviste os meus gritos-mudos de dor, não te assustaste com os desesperos-negros, vieste e ficaste ao meu lado.
No sofá vimos filmes e comemos gelados, partilhamos confidências, rimos.
No inicio fui um comboio de alta velocidade que se descarrilou, mas tu não te assustaste, mais tarde fui um barco que naufragou, e tu nadaste ao meu lado. Hoje estamos os dois na praia, deitados na toalha, a apanhar o sol da tarde, em silencio, a ouvir o mar (talvez na ilha de Tavira...).
Sem querer remexer no nosso passado (não é lá que tu pertences), não deixo de acreditar que numa realidade paralela a nossa vida é bastante diferente. Vivemos numa casa cheia de sol, de mar, de estrelas, somos mais que dois, somos muitos... Estamos tranquilos, não houve comboios nem naufrágios, e os nossos filhos estão na escola.
Sem querer remexer no nosso passado (já te disse que não é lá que tu pertences?), posso imaginar o nosso futuro, os planos que podemos fazer juntos, os jantares, as viagens, os amigos, os copos e as conversas... e os filhos que nunca tivemos.
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