A minha avó...
A minha avó era uma mulher doce e delicada.
Poucas vezes se zangava... quando faziamos asneira ela ficava triste, apenas triste.
Sabia ler e escrever, o que era raro na geração dela... Lia o jornal todos os dias e era sempre a primeira lá de casa a saber de todas as cuscuvilheces lá do sitio, no entanto nunca comentava. Era boa a guardar segredos.
Era paciente, tinha paciencia para as crianças da familia, sabia respeitar o nosso espaço e deixar-nos cair para aprendermos, mas estava sempre por perto para ter certeza que tudo corria bem. No fim, não oferecia colo, secava as lágrimas e punha-nos outra vez de pé.
Não gostava de beijos, não gostava que fizessem as coisas por ela e nunca deixava ninguém "entrar" na sua cozinha. Talvez por isso temos todos saudades das suas comidas, mas ninguém faz a minima ideia de qual o tempero que utilizava... Talvez o segredo esteja no amor que punha em tudo o que fazia.
Tinha prazer em cuidar de nós, em fazer-nos o almoço, arrumar-nos a casa e fazer-nos chá e bolos. Às vezes fazia pão.
Tratava dos animais e das plantas no quintal. Nunca se queixava, só a vi chorar uma vez.
Orgalhava-se dos filhos e dos netos e zelava para que não houvesse zangas no seio da familia.
Cuidou religiosamente do meu avô até ao dia que ele morreu e nesse dia ela chorou, mas depressa secou as lágrimas para tratar de tudo para o funeral.
Dizem que depois do funeral foi para o estrangeiro durante muito tempo, mais de 6 meses...
A verdade é que não me lembro de um único dia em que a minha avó não estivesse presente, não me lembro de chegar a casa e não a ver sentada a bordar, de não vê-la pousar o bordado e tratar do meu lanche...
A verdade é que ainda hoje quando ligo para casa parece que a oiço atender o telefone...
Poucas vezes se zangava... quando faziamos asneira ela ficava triste, apenas triste.
Sabia ler e escrever, o que era raro na geração dela... Lia o jornal todos os dias e era sempre a primeira lá de casa a saber de todas as cuscuvilheces lá do sitio, no entanto nunca comentava. Era boa a guardar segredos.
Era paciente, tinha paciencia para as crianças da familia, sabia respeitar o nosso espaço e deixar-nos cair para aprendermos, mas estava sempre por perto para ter certeza que tudo corria bem. No fim, não oferecia colo, secava as lágrimas e punha-nos outra vez de pé.
Não gostava de beijos, não gostava que fizessem as coisas por ela e nunca deixava ninguém "entrar" na sua cozinha. Talvez por isso temos todos saudades das suas comidas, mas ninguém faz a minima ideia de qual o tempero que utilizava... Talvez o segredo esteja no amor que punha em tudo o que fazia.
Tinha prazer em cuidar de nós, em fazer-nos o almoço, arrumar-nos a casa e fazer-nos chá e bolos. Às vezes fazia pão.
Tratava dos animais e das plantas no quintal. Nunca se queixava, só a vi chorar uma vez.
Orgalhava-se dos filhos e dos netos e zelava para que não houvesse zangas no seio da familia.
Cuidou religiosamente do meu avô até ao dia que ele morreu e nesse dia ela chorou, mas depressa secou as lágrimas para tratar de tudo para o funeral.
Dizem que depois do funeral foi para o estrangeiro durante muito tempo, mais de 6 meses...
A verdade é que não me lembro de um único dia em que a minha avó não estivesse presente, não me lembro de chegar a casa e não a ver sentada a bordar, de não vê-la pousar o bordado e tratar do meu lanche...
A verdade é que ainda hoje quando ligo para casa parece que a oiço atender o telefone...
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