O Tempo...

"Mas o nosso tempo continua. É o tempo dos segundos em mensagens pequeninas, escritas e lidas à socapa, no tempo que nos pagam para trabalhar. É o tempo dos minutos ao telemóvel, de manhã no autocarro, ou à noite no metro. É o tempo de mais minutos ao telefone, com a J. a puxar-me as pernas e aos gritos porque mo quer tirar. E o tempo das horas (poucas, eu sei...) no café, em casa, no restaurante, dizendo o que não se diz a mais ninguém, sabendo o que mais ninguém sabe. É o tempo no meu coração e na minha cabeça."

O tempo... Esse monstro de 7 cabeças e mil pés que se entrenha nos ossos e os faz doer... especialmente quando chove ou a humidade é demasiado intensa para se suportar. O mesmo tempo que me sufoca e não me deixa respirar, esse tempo gasto em esperas e esperanças, em dias, horas, minutos segundos que se transformam em raios de sol ou em relampagos... Esse tempo que se alonga em dias de tempestade e que pára nos momentos de eternidade...

O tempo... E nós com todos os cronómetros, barómetros e "outros que tais ómetros" sempre sem conseguir apanhá-lo... sim, porque há sempre uma margem de erro, e nada disto é estanque...

O tempo... o meu tempo e o teu tempo e o "fico o tempo que puder" e que der, se der tempo... E o tempo de me ouvires, de me veres, de me sentires, de me saberes?

O tempo... Há um tempo para tudo e tudo tem o seu tempo... no meio deste mau tempo julgas ser tempo de te ires?